22.12.17

Os meus filhos

Assistir à transformação dos nossos filhos de criaturas totalmente dependentes de nós a pessoas com um grau progressivo de autonomia é das experiências mais profundamente satisfatórias que existem. Há não muito tempo olhava para isto com um grau não negligenciável de ansiedade mas hoje sinto apenas puro prazer. A verdade é que gosto muito dos meus filhos, acho-os pessoas muito divertidas, e sinto-me muito à vontade sabendo que a minha responsabilidade nisso é, até certo ponto, bastante limitada. Apesar de terem temperamentos diferentes, partilham traços de personalidade que me tranquilizam em relação ao seu futuro: são imensamente curiosos e desconfiados dos adultos, não nutrem pela autoridade um respeito particular - o que às vezes pode passar por má educação -, têm muito mais confiança neles próprios do que eu me lembro de ter com a idade deles, são carinhosos e gentis mais vezes do que não, têm muito sentido de humor e sabem que têm sentido de humor, mantêm mínimos aceitáveis de boa educação e cordialidade quando estão com adultos que conhecem mal, dizem muitos palavrões mas conhecem as ocasiões em que não devem dizê-los, são tremendamente informados sobre o mundo (mais uma vez, muito mais do que eu me lembro de ser com a idade deles), e são muito, muito amigos um do outro. Como pai não poderia pedir mais.

13.12.17

12.12.17

Todas as manhãs

Que os meus filhos enfrentem, todas as manhãs, as idas para a escola como se fossem uma coisa perfeitamente natural e não o evento aterrador que eu me lembro de ser é algo de que eu me orgulho muito.