«Pull me close and let me hold you in / Give me the deeper understanding of who I am»
26.10.17
Rancores
Um dos sinais mais interessantes da inteligência das crianças é o facto de elas não guardarem rancores. São muito sensíveis a injustiças e são capazes de guardar na memória um calendário de todos os eventos onde se sentiram injustiçadas - e não têm problemas em lembrá-lo; mas uma injustiça factual (e as crianças são muito precisas da identificação de injustiças, têm quase sempre razão) não é a mesma coisa que um rancor que nasce de uma discussão onde o sentimento de vingança, ainda que pequena, se impõe com facilidade, domina a conversa, e destrói qualquer terreno firme de lógica e ponderação. As crianças não ficam ressentidas - ofendem-se, sentem-se, mas quase nunca se ressentem - nem alimentam mágoas. A razão é simples: elas estão a jogar o jogo da sobrevivência do mais forte e nenhum destes sentimentos foi alguma vez útil a alguém. O mistério é saber por que razão quando chegamos a adultos nos esquecemos disso.
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